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COE O Que É

COE: Certificado de Operações Estruturadas, uma mistura de renda fixa e variável

O COE (Certificado de Operações Estruturadas) é uma inovação no mercado financeiro brasileiro, combinando características de renda fixa e renda variável em um único instrumento. Esse produto financeiro foi regulamentado em 2013 pelo Banco Central e oferece aos investidores uma maneira de diversificar sua carteira com acesso a novos mercados, como ações internacionais, commodities e moedas, sem a necessidade de realizar várias aplicações separadamente.

Inspirado nas Notas Estruturadas internacionais, o COE apresenta diferentes cenários de ganhos e perdas, permitindo que o investidor escolha um perfil de risco adequado aos seus objetivos. Com a flexibilidade de garantir o valor investido em algumas modalidades, ou de aceitar perdas limitadas em outras, o COE se torna uma opção interessante tanto para investidores mais conservadores quanto para aqueles com perfil mais arrojado.

Vamos explorar o que é o COE, suas características, tipos, vantagens e desvantagens, e como ele pode ser uma adição estratégica ao seu portfólio.

O que é COE?

O COE é um título de investimento emitido por bancos, registrado e negociado na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), que combina a segurança da renda fixa com o potencial de ganhos da renda variável. Ao aplicar em um COE, o investidor tem acesso a uma série de ativos de referência, como ações, moedas, índices e commodities, em um único produto.

Essencialmente, o COE se estrutura em torno de cenários predeterminados de ganho e perda, onde o retorno do investimento depende do comportamento dos ativos subjacentes. Esses cenários podem prever desde a proteção total do capital até a possibilidade de perda parcial do valor investido, dependendo do tipo de COE escolhido.

Essa combinação de ativos torna o COE uma ferramenta versátil, que permite diversificação e acesso a mercados complexos, sem que o investidor precise adquirir individualmente cada um desses ativos. Além disso, ao contrário de fundos de investimento, o COE possui uma tributação simplificada e é submetido a uma única alíquota de imposto de renda.

Como funciona o COE?

O funcionamento do COE é relativamente simples, mas inclui características que o diferenciam de outros produtos financeiros. Abaixo estão os principais pontos sobre como o COE opera:

  • Emissão e registro: O COE é emitido por bancos e registrado na B3. Todas as informações sobre o produto, como os ativos subjacentes, cenários de ganho e perda, prazos e indexadores, são descritas em um Documento de Informações Essenciais (DIE).
  • Estrutura de ganho e perda: Cada COE oferece uma série de cenários que determinam como o investimento se comportará. O investidor sabe desde o início quais são os resultados possíveis, sejam eles limitados ou amplos, e se o valor nominal será protegido.
  • Modalidades: O COE pode ser oferecido em duas modalidades principais:
    1. Valor Nominal Protegido: Garante que o investidor receberá, no mínimo, o valor que aplicou inicialmente, mesmo que os ativos subjacentes apresentem um desempenho negativo. Isso é ideal para perfis mais conservadores.
    2. Valor Nominal em Risco: O investidor aceita a possibilidade de perda até o limite do capital investido, mas em troca, há a chance de obter um retorno mais elevado. Esse tipo é mais indicado para perfis moderados e arrojados.
  • Prazos: O COE tem um prazo de vencimento definido, geralmente entre 2 a 5 anos. Durante esse período, o investidor não pode resgatar o valor aplicado antes do vencimento, a menos que venda o título no mercado secundário.
  • Ativos de referência: Os bancos podem vincular o desempenho do COE a diversos ativos, como ações, moedas, índices internacionais, taxas de juros ou commodities, permitindo estratégias diversificadas e acesso a mercados estrangeiros.

Vantagens do COE

O COE tem ganhado popularidade entre investidores brasileiros, especialmente devido às suas características de flexibilidade e potencial de diversificação. Algumas das principais vantagens incluem:

  • Diversificação: Com um único investimento, o COE oferece exposição a uma variedade de ativos, como ações de empresas internacionais, índices de mercado, commodities ou até moedas estrangeiras. Isso facilita o acesso a mercados complexos, sem a necessidade de aplicações individuais em cada ativo.
  • Proteção do capital: Na modalidade de Valor Nominal Protegido, o investidor tem a segurança de que o valor inicial investido estará garantido, mesmo que os ativos de referência tenham um desempenho negativo.
  • Tributação simplificada: O COE é tributado pela tabela regressiva do Imposto de Renda, semelhante à renda fixa. As alíquotas variam de 15% a 22,5%, dependendo do prazo do investimento, o que torna sua tributação simples e previsível.
  • Acesso a mercados internacionais: Investir diretamente em ações estrangeiras ou moedas pode ser complicado, mas o COE oferece acesso a esses mercados de forma simplificada e regulada.
  • Flexibilidade de cenários: O investidor pode escolher entre diferentes COEs, dependendo de seu perfil de risco e expectativas de retorno. Para os mais conservadores, há opções com proteção do capital. Já para os mais arrojados, há estratégias que permitem maior exposição a riscos e possíveis ganhos.

Desvantagens do COE

Apesar das vantagens, o COE também possui algumas desvantagens que precisam ser consideradas pelos investidores:

  • Baixa liquidez: O COE tem uma data de vencimento definida, e o resgate antecipado não é uma opção comum. Para liquidar o investimento antes do vencimento, o investidor precisaria vendê-lo no mercado secundário, o que pode resultar em preços desfavoráveis.
  • Risco de crédito do emissor: Ao investir em um COE, o investidor está exposto ao risco de crédito do banco emissor. Isso significa que, caso o banco enfrente dificuldades financeiras, o investimento pode ser impactado. Além disso, o COE não é coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
  • Custo de oportunidade: Em COEs de Valor Nominal Protegido, o investidor pode ficar sem ganhos significativos caso o cenário de retorno seja desfavorável, resultando apenas na devolução do valor investido, enquanto outros investimentos poderiam ter gerado lucro.
  • Complexidade: O COE pode ser mais complexo que outras opções de investimento, especialmente para investidores iniciantes. É importante compreender bem os cenários de ganhos e perdas antes de aplicar.

Quem deve investir em COE?

O COE pode ser uma boa opção para uma ampla gama de perfis de investidores, desde os mais conservadores até os mais arrojados, dependendo do tipo de COE escolhido. Aqui estão alguns exemplos de quem pode se beneficiar desse tipo de investimento:

  • Investidores conservadores: Aqueles que buscam proteger seu capital, mas ainda querem exposição a mercados de renda variável, podem optar por COEs de Valor Nominal Protegido. Esse tipo de investimento garante que, mesmo em cenários adversos, o valor investido será devolvido ao final do prazo.
  • Investidores moderados e arrojados: Para aqueles que têm mais tolerância ao risco, o COE de Valor Nominal em Risco oferece a oportunidade de obter retornos mais elevados, assumindo o risco de perda total ou parcial do capital investido.
  • Quem busca diversificação internacional: O COE oferece uma maneira simples de acessar mercados internacionais, como ações de empresas estrangeiras e índices de bolsas internacionais, sem a necessidade de abrir contas no exterior ou realizar conversões de moeda.

Vantagens e desvantagens do COE em resumo

Vantagens Desvantagens
Diversificação com um único investimento Baixa liquidez
Proteção do capital em algumas modalidades Exposição ao risco de crédito do emissor
Acesso a mercados internacionais Custo de oportunidade em COEs protegidos
Tributação simplificada Complexidade do produto

Perguntas frequentes sobre o COE

O que é COE?
O COE (Certificado de Operações Estruturadas) é um título que combina renda fixa e variável, emitido por bancos e registrado na B3, permitindo diversificação e acesso a diversos ativos de referência.

Como funciona o COE?
O COE apresenta cenários predeterminados de ganho e perda, onde o retorno depende do desempenho de ativos como ações, moedas ou commodities. O investidor escolhe entre opções com capital protegido ou em risco.

Quais são as modalidades de COE?
Existem duas modalidades: Valor Nominal Protegido, onde o capital investido é garantido, e Valor Nominal em Risco, onde o investidor pode perder parte ou todo o capital em troca de um retorno potencialmente maior.

Quais são os principais riscos do COE?
Os principais riscos incluem o risco de crédito do emissor, a baixa liquidez (devido ao prazo de vencimento) e o custo de oportunidade em COEs protegidos.

Quem pode investir em COE?
O COE é indicado para investidores de diferentes perfis, incluindo conservadores que buscam proteção do capital e investidores arrojados que aceitam maior risco em troca de retornos mais altos.

Qual é o prazo de um COE?
Os COEs geralmente têm um prazo de vencimento entre 2 a 5 anos, sem possibilidade de resgate antecipado, a não ser que o título seja vendido no mercado secundário.